quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A FACE OCULTA DOS ACONTECIMENTOS DE 21 DE OUTUBRO DE 2012


No passado domingo, o país foi marcado  mais outra vez com habituais sobressaltos nas casernas.
Da fonte oficial, trata-se de uma tentativa de assalto ao regime dos para-comandos (boinas vermelhas), uma força de elite bissau guineense por um suposto grupo de individuos recrutados em Casamança e comandado pelo capitão Pansau Ntchama, que obteve uma bolsa de estudos em Portugal e depois pediu um exilo político aí.
A primeira vista, há todos os ingredientes de um golpe de estado, ataque a uma caserna, cadáveres, um culpado designado, capitão Pansau Ntchama e um mentor, Carlos Gomes Junior, considerado pelas autoridades de Transição como um esfomeado de vinganças. Mas num olhar mais perto, alguns elementos são contraditórios e pouco credíveis.
Os contornos deste atentado vão outra vez perigar o destino deste povo que aliás ja estava em perigo desde 12 de Abril último e o seu desfecho não se poderá predizer.
Mas na realidade o que terá motivado os acontecimentos de 21 de Outubro?
Depois de golpe militar que depos Carlos Gomes e o seu governo e consequente anulamento da segunda volta das eleições, os interesses na governação e em afirmação política foram numerosos entre os mentores e executores do golpe, antes da formação do actual governo de transição houve muita disputa em algumas pastas ministeriais chaves, recordemo-nos do abandono da sala numa das negociações com os militares após o golpe pela parte de Satu Camará Pinto e de Silvestre Alves, para não citar mais.
Com a formação do governo, alguns indivíduos que julgaram cumprir um papel importante no afastamento de CADOGO também não se sentiram conformados por não terem conseguido uma pasta no governo ou pasta de seu agrado (PRS segunda força política no país e principal adversário de CADOGO e do PAIGC sentiu-se injustiçado na composição do governo), nomeação de Idelfrides Fernandes um dia após a divulgação do executivo e ameaças de Artur Sanhá em denunciar algo e o seu consequente “assalto” à Câmara Municipal de Bissau.
Algumas nomeações dos conselheiros do PRI também não ficaram bem ao Chefe de Estado Maior das Forças, chegando a dizer que todas as nomeações deviam ser sob a anuência dos militares o que não se verificou e sobretudo nas nomeações  de embaixadores.
No plano militar, nas casernas, algumas pessoas esperavam poder beneficiar de promoções após o 12 de Abril o que devia acontecer publicamente no dia 24 de Setembro e não se fez, contudo houve promoções discretas. Com a libertação do Almirante Bubo Na Tchuo, o CEMGFA, General Indjal sentiu que o seu cargo podia estar em risco e começou a reinar um clima de desconfiança entre os dois homens apesar de não reintegração de Bubo no comanda da armada, falou-se da perseguição e vigilância em todos os movimentos deste último, chegou-se a falar de possibilidade de um exilo no Senegal. Recentemente houve tentativa de reconciliação dos dois homens através reavivamento de Bubo para diminuir a tensão nas casernas  e consequente reintegração do mesmo na chefia da marinha, encontro esse promovido pelo Presidente da Republica Interino, Serifo Nhamadjo com a presença de alguns chefes militares e dignatários balantas, tribo predominante nas FA entre os quais Koumba Yalá, mas desta reunião não houve um consenso pelo clima de tensão que a marcou. E sabido também que actual CEMGFA nao goza de uma simpatia unânime de seus colegas  e esta  em isolamento  especialmente atribuído ao seu comportamentos considerados prepotentes e a tendências do mesmo para a ostentação privada que no seu conjunto geram mal estar entre outros colegas oficiais – na sua sua larga maioria privada de condições básicas de vida.Ele detem  patrimónios em quase toda a Guiné do qual já fazem parte várias moradias, Bissau e Jugudul, e recentemente António Indjai iniciou a construção de uma moradia em Mansoa, com as suas dimensões estimadas, dependências anexas e área de servidão e aparentemente inclui uma pista de aviação.
Noutro quadrante, sabe-se a etnia felupe/djola, minoritaria mas com uma certa influência e conhecimento nas FA através da valentia cujo alguns oficiais pertencentes a este grupo étnico são conotados por aliados  de Koumba Yalá de serem próximos do PM deposto, Carlos Gomes Junior, teme-se que estes possam revoltar-se contra algumas injustiças que se verificam nas casernas, particularmente nas promoções, então começou-se a criar formas de neutralizar este grupo. Senão, vejamos, os corpos de seis presumíveis assaltantes abatidos nos confrontos (posição do governo), o local onde foram mortos a quase 120 metros de aquartelamento dos para-comandos é casa de um antigo combatente pertencente ao grupo étnico felupe e que este por estar na reforma teve muita ajuda do PM deposto, Carlos Gomes Júnior e cujo o filho é que fazia sentinela na portão dos para-comandos terã ouvido disparos em direcção a casa e pediu aos colegas para o assegurarem  indo ver o que se passa, ao aproximar-se da casa, alguém o chamou e quando virou para tentar responder e reconhecer a pessoa que o chamou, foi abatido a rajada.
Na última tentativa desesperada de o Presidente de Transição participar na Assembleia Geral das NU e do encontro entre Nhamadjo e Raimundo Pereira, sobretudo da forma leviana como Nhamadjo queria desculpar-se ao Reimundo para tentar justificar a sua posição, isso não caiu bem nos ouvidos de General Indjal e após o regresso do PRI, terá havido uma reunião onde o General mostrou a sua insatisafaçao ao Nhamadjo acusando-o até  de querer aliar-se ao CADOGO para preparar o regresso deste o que ele rejeita categoricamente, também isso não contentou ao PRS e sobretudo ao seu lider, Koumba Yala ainda mais sobre a possivel criação de um governo mais inclusivo, onde certamente PAIGC dirigiria o tal executivo o que ia comprometer os planos do seu partido para futuras eleições e começou a obstruir esta iniciativa.
No plano institucional, a questão de viabilizar o funcionamento do parlamento através da eleição de uma nova mesa como exige o PAIGC, partido vencedor das ultimas eleições legislativas e que esteve no poder até ao golpe de 12 de Abril, veio a contribuir para agudização a crise entre a Presidência e o PRS/militares, tal se evidenciou sobretudo na última reunião convocado pelo PRI com o PAIGC e o PRS onde não se chegou a nenhum acordo sobre a questão e, até  Serifo Nhamadjo ameaçou demitir-se do cargo e voltar a Assembleia caso estes dois partidos continuarem a bloquear a situação parlamentar, pois que a transição não pode avançar sem um parlamento que assegure a governaçao com legislações.
No campo político, desde o golpe de estado de 12 de Abril que os militares estão a restringir a liberdade de expressão aos guineense e com maior ênfase aos opositores do golpe, PAIGC, FRENAGOLPE e todas as pessoas a volta. Com o passar do tempo viu que apesar de as pessoas não puderem manifestar, mas faz-se denúncias na media sobre os erros na governaçao e dos militares. Também com eventual vinda de uma missão da CPLP e de quase assumido compromisso de Serifo Nhamadjo e Raimundo sob êgide da União Africana em como que devia- se continuar a fazer os trabalhos para que se possa sair do embróglio em que país se encontra e tendo confiado aos Ministros dos Negócios Estrangeiros, Mama Saliu Djalo Pires (deposto) e Faustino Imbali para  entabularem contactos para um roteiro de paz e que brevemente Djalo Pires se deslocaria a Bissau para o feito, sabendo de a priori que o governo deposto continua a ter muito apoio externo sobretudo dos grandes organismos internacionais, nomeadamente, CPLP, União Africana, Uniao Europeia, Banco Mundial, FM e as próprias NU, era necessário arranjar bode expiatorio para inviabilizar todos os esforços da estabilização do pais, contrario ao interesse dos golpistas e da CEDEAO entre os quais incrementar acusações ao CADOGO e silenciar todas vozes insurgentes ao actual governo, sendo Iancuba Indjai alvo numero 1 e fragilizar mais a ala legítima do PAIGC que continua a defender o seu líder.
Também politicamente é sabido que alguns altos oficiais ligados ao Koumba Yala, têm na mente que este não tinha terminado o seu mandato em 2003 por causa de um golpe militar e que este deve terminar esse mandato interrompido, criou-se sempre situações para que este possa voltar ao poder, aconteceu na transição de 2003/2005, com sucessivas derrotas eleitorais deste sabendo o “lantê ndan” está cada vez mais desgastado política e moralmente, então é preciso correr a contra-relógio, pois os bolsos começam a esvaziar-se. Não é segredo para ninguém que nesta transição, apesar de não ser oficialmente Presidente mas é quem controla e decide nos principais assuntos da vida política e militar actualmente.
Um outro ingrediente aos acontecimentos de 21 de Outubro é o trafico de droga que acelerou no país apos o golpe, sabe-se no próprio dia dos acontecimentos, houve aterragem de dois aviões com carga suspeita, o primeiro avião aterrou e dez minutos depois descolou e segundo aterrou descretamento, presume-se que algumas pessoas ligadas a rede sentem-se mafiados pelas chefias e querendo reclamar/reagir dá-se o cabo dos insubordinados.
As forças armadas guineenses que proveio do braço armado do PAIGC, partido que lutou pela independência e que com a independência não soube criar uma força armada republicana e sempre é tida como uma força de repressão dos adversários políticos. Nos últimos tempos há uma luta ferronha para ascensão a mais alta das chefia FA  tendo em conta alguns ganhos e corrupções que ai se fazem e isso já ceifou vida a vários camaradas de trincheira, luta essa que se faz sempre face mascarada.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Desejado Lima da Costa morreu mas a sua audácia e honestidade vai permanecer

A Guiné-Bissau um grande combatente pela instauração da verdadeira democracia, Desejado Lima da Costa.

Perdemos o homem, mas a sua audácia e honestidade deve ser seguida pelos guineenses, quem nao sabe o papel que este teve nas ultimas eleições, onde por intimidações e aliciamento decidiu dizer a verdade sobre os resultados eleitorais.

Que DEUS lhe conceda um canto na gloria!

Bissau caça às bruxas

Bissau vive períodos de tensão e de violações dos direitos humanos com prisões e espancamentos aos adversários políticos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O MINISTRO DA EDUCAÇÃO SEM RUMO PERANTE A GREVE DOS PROFESSORES

As recentes declaraçoes do Ministro da Educaçao sobre a greve que assola o sector do ensino publico guineense só da a  perceber que o actual titular da pasta esta sem norte para contornar a greve dos professores.

Uma saída resta ao senhor Ministro, pedir honestamente a sua demissão perante ao impulso dos professores, pois nunca vai conseguir parar a onda de contestações no seu ministério.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TERRA KA STA DIRITU!

As recentes onda de reivindicações em diferentes sectores do pais mostram claramente que a Guiné-Bissau atravessa o pior momento da sua historia.

Que os sensatos me digam agora o que melhorou após 12 de Abril.

A impunidade deixou de existir? CEDEAO construiu casernas para os nossos militares? Os militares agora levam uma vida melhor? As nossas riquezas são destinadas ao povo?

Tanta brincadeira de transição para quê?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

GOVERNO DE TRANSIÇÃO EM DIFICULDADES NO PAGAMENTO DE SALÁRIO

O Governo de Transição atravessa piores momentos desde a sua entrada em funções em Maio ultimo, resultante do golpe de estado que depos Carlos Gomes Junior na testa do governo e Raimundo Pereira como Presidente interino da Republica.

Como facto, os funcionários afectos ao Ministério da Educação Nacional (Edifício Principal) não receberam até então os seus ordenados do mês de Setembro findo.

Ninguém explica claramente o que origem este atraso, mas segundo uma fonte fidedigna trata-se de falta de liquidez no Tesouro Publico.

Na semana passada, foram pagos os serventes deste ministério e ninguém mais.

Se se confirmar isso, implica que o ano lectivo estará muito longe de ter o seu inicio, pois desde que começou a greve de 60 dias decretada por dois sindicatos do sector, o governo ainda não respondeu a nenhum ponto das reivindicações.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ensa Ducuré não foi e nem esta detido

As informações a circular em alguns órgãos de comunicação social que dão conta da detenção do ex-comandante da Policia da Intervenção Rápida (PIR), Ensa Ducuré, sobre o caso "Roberto Ferreira  Cacheu" não correspondem minimamente a verdade.

Esta manha, pude testemunhar a presença deste nos Serviços de Informação do Estado em bom humor e sem sinais de nenhuma perturbação.